CURIOSIDADES
Vocês sabiam que o primeiro álbum homônimo do grupo Narguilé Hidromecânico, lançado em 1999, foi um dos produtos musicais de maior sucesso em Teresina naquele ano?
A gravação foi realizada quando da passagem da equipe do antropólogo Hermano Viana em terras mafrenses no âmbito das pesquisas do projeto Música do Brasil. Este se propunha a mapear a diversidade musical do país naquele final de século XX. O especial se transformaria em livro e numa série de quinze programas apresentados por Gilberto Gil na MTV.
A partir do equipamento dos engenheiros de som R C Valera e Beto Vilares, que acompanhavam Viana na empreitada, Fábio Crazy e sua trupe registraram alguns dos maiores hits de rock da história deste gênero em Teresina. Músicas como Forró do Mulambo e Maluco Regulão, Amor em Pó (o famoso “eu fumo maconha porque eu gosto da lombra”) compunham o repertório de onze faixas.
A importância deste registro para o cenário de rock autoral de Teresina foi tamanha não apenas por se tratar do primeiro álbum completo de um dos maiores grupos da cidade. Mas, também, por ser um dos elementos iniciais do desenvolvimento de uma vertente, apelidada de rock regional, cujas propostas tinham por base o diálogo entre o peso do rock e gêneros e tradições musicais nordestinas e brasileiras.
Além do Narguilé, alguns dos grupos de maior sucesso nos anos 2000 que se utilizaram deste tipo de fusão artística em Teresina foram: Batuque Elétrico, Captamata, Conjunto Roque Moreira, Validuaté, bem como os compositores Hernane Felipe, Nando Chá e, ocasionalmente, Teófilo.
Em 2018, o vocalista do Narguilé, Fábio Crazy, lançou o livro A alegria da festa é o que me resta, onde conta em primeira pessoa os processos de gravação de Narguilé Hidromecânico e Poeirão, segundo disco do grupo e também recheado de hits locais.
Para mais informações sobre este importante momento do rock piauiense, aconselhamos a leitura do trabalho do músico Mário Rodrigues sobre a canção Remédio Caseiro, do Narguilé Hidromecânico.